Mulheres que sabem o que querem.

Nunca esqueceria aquela noite em que a vi pela primeira vez no bar. Todos os meus amigos estavam a babar por ela, e não era para menos. Aquele vestido azul que salientava as suas curvas deixava qualquer um maluco.

Questionei o barman sobre quem era aquela bela morena e ele não me soube responder. Disse que era a primeira vez que a via por ali. Seria nova na cidade?
Tentei a minha sorte.

Aproximei-me dela, apresentei-me, ofereci uma bebida e ali ficamos por cerca de meia hora a conversar. Fiquei a saber pouco mais que o seu nome. Não me contou quase nada sobre si, era misteriosa, reservada. Provavelmente fazia tudo parte do plano dela.

Fiquei sem saber que dizer quando me questionou se a queria acompanhar até casa. Sei que hoje em dia as mulheres são muito mais liberais, mas nunca tinha sido abordado por uma daquela maneira.

Acompanhei-a a casa, e ela convidou-me a entrar. Estava visto como iria terminar a noite.
Confesso que por um momento me questionei se não seria um plano de um gangue qualquer para me retirarem os órgãos e vender no mercado negro. Era demasiado surreal uma mulher daquelas ter uma atitude assim.
Estava enganado.

Foi a melhor noite da minha vida, e quando acordei, na manhã seguinte, lá estava ela, deitada ao meu lado, mais bela do que nunca.
Não voltou a ser vista no bar. Na verdade, foi a primeira e única vez que frequentou um sítio daqueles. Até hoje não sei o que a levou a lá ir. Mas sei que tive muita sorte em ter-me cruzado com ela naquela noite.

Passaram já 20 anos. Hoje, a mulher boazona do vestido azul, é a minha mulher boazona de camisa de dormir. Temos dois filhos tão belos quanto ela.

Aprendi da melhor maneira que as mulheres não são oferecidas, apenas tomam atitudes quando sabem exactamente aquilo que querem. Continuo sem saber o que ela viu em mim, um simples pedreiro, estatura média, com barriga de cerveja. Mas seja o que for, foi a minha maior sorte.

Bendita a hora em que levei aquele mulherão a casa.