A culpa não foi dele por não me conseguir resistir, foi minha porque o provoquei. Lamento.
Queridos pais, Se estão a ler esta carta, então saberão para onde foram todos os comprimidos que desapareceram da mala da mãe. Passaram cinco anos e eu sinto cada vez mais nojo de mim mesma. Não consigo adormecer sem que aquele homem apareça nos meus pesadelos. Por mais que tente, não consigo deixar de sentir o cheiro dele, o respirar no meu pescoço, o toque por todo o meu corpo. Fecho os olhos e sinto as suas mãos a apertarem-me o pescoço. E eu choro, grito por ajuda, e ele sorri. Quanto mais grito, maior é o prazer para ele. Consigo vê-lo no seu olhar. As suas mãos continuam em volta do meu pescoço, sinto cada um dos seus dedos nas minhas veias, apertando cada vez com mais força. Sinto-me a sufocar. Por momentos penso que vou morrer, e agrada-me tanto a ideia só para deixar de sentir o suor dele cair sobre a minha pele. Quanto mais tento sair debaixo dele, mais ele me agarra. E eu desisto. Perdoem-me, pai, mãe, perdoem-me por eu ter desistido, mas as forças começaram a d