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Eles sabem lá.

Dizem que é impossível morrer por amor.  Por ti, eu já morri duas vezes. E ainda irei morrer mais uma. - eles sabem lá - O telefone toca, o visor ilumina-se e a nossa fotografia acompanha o teu nome.  Pensei que nunca mais ouviria a tua voz, do outro lado, a dizer " chegueeei ". Abro a porta e ali estás tu. O mesmo corte de cabelo, o mesmo cheiro, o mesmo olhar.  Dou por mim a vaguear nas memórias quando me interrompes, questionando porque estou tão séria.  Um misto de sentimentos apodera-se de mim.  Seria este o nosso recomeço? O tempo voa do teu lado.  O mesmo sentido de humor, a mesma leveza nas conversas.  Sou eu e tu, novamente, lado a lado.  Morri por amor, pela primeira vez, contigo. Naquele fatídico dia de Maio, em que me deixaste à porta de casa, em prantos, e seguiste o teu caminho sem olhar para trás. Foste embora, e uma parte de mim foi junto de ti.  Ficaram as memórias, e a esperança. A esperança do dia em que voltarias.  A esperança deste dia.  Coloco as minhas

Antes dela dizer que sim.

19 de Julho 2019 905 dias passaram e eu não sei mais nada de ti.  Como estás? Como vai a tua vida? Já encontraste outro amor? Olho as tuas redes sociais na procura de respostas. Será que tens tantas saudades minhas como eu tenho tuas? Eu sei que isso não te incomoda mais.  Mas, tu, ainda és a minha maior saudade. E amor. A  sweat bordeaux ainda tem o teu cheiro, o teu número continua guardado com o mesmo nome, e a nossa fotografia continua a ser a minha preferida. Como posso seguir em frente sem ti? Observo o mar, em silêncio, e deixo-me envolver pelo som das ondas.  Lembro de ti, com aquela camisa branca e o teu bronze de início de verão, a sorrir para mim.  Parecia tão surreal, apaixonar-me por ti, oito anos depois de te conhecer.  Já te disse que adoro o teu sorriso? Tu dizias que a nossa história era das mais bonitas, e eu sorria com ar de apaixonada. Quem diria que um dia viveria um chichê desses? E logo contigo?  Como posso seguir em frente sem ti? Relembro dessa noite vezes sem

chuva.

Abro a janela. Fecho a janela.  Abro novamente.  Observo as nossas fotografias.  Quando foi que te tornaste tão errôneo?  De mãos dadas passeamos pela rua. Sorrisos genuínos e olhares apaixonados, dizem eles .  Tu dizes que me amas, e eu sorrio. Fazemos planos, partilhamos viagens e sonhos.  Companheiros nas festas de família, e na vida.  Digo aos quatros ventos que encontrei o amor no meu melhor amigo. O teu cuidado, carinho e preocupação são a minha maior segurança.  Não importa a distância que a rotina nos imponha, eu sei que serás fiel. Enalteço-te na esperança que os outros te vejam como eu.  Que saibam o quanto és especial. O quanto me fazes sentir especial.  Que sortuda que eu sou.  Olho pela janela.  A chuva cai debilmente, molhando as nossas fotografias.  Vejo o teu rosto esbelto, sorrindo do meu lado, e questiono-me, para onde foi todo aquele amor? Dizes da forma mais cobarde que não me amas.  Que nunca amaste. Pediria que me olhasses nos olhos, e me dissesses isso.  Mas tu n

Uma última dança.

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  Dizem. Dizem que a vida é uma dança em que alguns ficam até não aguentar mais,  e outros esquecem da coreografia.  Dizem que é, também, uma música em que um deseja que não termine, e o outro sai a meio. Concedes-me a dança desta última música? Procuro por ti na multidão, mas os meus olhos não te alcançam mais. Larguei os sapatos e entreguei-me a ti, a esta noite. Dançamos sobre o céu estrelado, enquanto sentimos a brisa do nosso próprio rodopiar. Um pequeno jardim que se tornou o nosso infinito.  Assim o desejei. As luzes brilham ao nosso redor. E, do nosso modo desajeitado, encontramos o ritmo perfeito. O nosso ritmo.  Desejo a cada instante que, aquela que poderia ser a nossa música, nunca termine. Que seja uma música eterna, e que eu nunca mais tenha de calçar os sapatos. Ouve-se o silêncio ensurdecedor.  As luzes continuam a brilhar, mas a música parou. Olho ao meu redor, e estou agora sozinha.  Procuro por ti, e encontro somente o teu lenço no chão. Sei ser teu, porque tem o teu

O corpo vai, a saudade fica.

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No dia em que me deitei naquele sofá, com a cabeça no peito dele, assistindo Brooklyn Nine-Nine  - eu nem gostava da série, mas esperava a semana toda para ver os próximos episódios,  porque sabia que o faria com ele -  pensei, naturalmente, "caramba, é isto que eu quero para mim, é ele". O amor era tão intenso que chegava a doer, a dar medo.  Medo de perder, medo de ficar por ali. E ficou. Naquele dia, eu soube que tinha conhecido o ponto máximo de amar alguém.  E hoje, hoje sei que não me enganei.  Continua a ser ele. Se não deu certo, talvez seja melhor que assim fique.  Arrumamos as malas, esvaziamos as gavetas, e entregamos a chave. Guardamos os sentimentos dentro de uma caixa e fingimos que não existem mais. Fingimos que superamos, que não existe mais amor, nem esperança que nos voltemos a cruzar. Fingimos que estamos felizes, e seguimos caminhos separados, sem nunca olhar para trás.  Carregamos a lembrança do perfume, do toque dos lábios, e do amor que deixamos escapar

Dois mil e vinte .

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  Retrospetiva de d ois mil e vinte; A ansiedade de encerrar um ano tão atípico,  e iniciar um novo, cheio de sonhos, objetivos, e esperança. Mas a virada do ano não muda nada.  Dizem eles. Escrevi, apaguei, e escrevi de novo este post.  Não vou descrever este ano, e vou tentar não me vou alongar nas palavras.  Faz algum tempo que decidi afastar-me o máximo possível de tudo o que fosse redes sociais, e das pessoas em geral. Cada dia que passa, sei que é a decisão mais acertada. Vivemos tempos difíceis, e nem me refiro ao vírus.  O ódio, a indiferença, a falta de respeito, empatia e responsabilidade afetiva está tão presente na nossa sociedade que chega a ser assustador. Já referi, outrora, que o facto de todos os meus textos falarem de amor, é por um único motivo: quando as pessoas entenderem que o amor é a resposta para tudo, estaremos no caminho certo .   Todos os anos faço uma retrospetiva do ano em geral. E é engraçado, triste mas engraçado, que sempre termino o ano com menos pesso

Não te percas por ninguém.

Porque continuamos a insistir em  mergulhar  tão profundamente nas relações  tão rasas da vida? Nem todas as pessoas são intensas. Nem todos estão dispostos a colocar empenho e dedicação nas suas relações.  Nem todos querem relações.  Erro meu achar que não eras um todo. As pessoas. Ah, as pessoas.  Como é incrível a forma como se escondem por detrás da imagem que elas criam  sobre si mesmas de serem difíceis, quando na verdade só têm medo de amar alguém.  Eu devia saber, no dia em que apareceste, que serias um problema na minha vida.  Devia ter percebido que a tua chegada impetuosa traria danos irreversíveis consigo.  Mas aqui estou eu, a segurar o choro na garganta, com pouco ou nada para dizer, enquanto te observo colocar as camisas na mala.  Que terei eu feito de errado? Onde foi que te falhei? Terá sido o excesso de espaço?  Terei dado demasiado carinho? Talvez não gostasses de tanta atenção. Deveria ter-te procurado todas as vezes que sumiste sem nenhuma justificação? Ou terão si