Ao meu ex.


Olhando as nossas fotos, relendo as tuas mensagens, lembrando de tudo que passamos juntos, quem diria que me irias magoar desta forma?
Não tens vergonha?

Às vezes dou por mim a questionar quanto cinismo pode haver numa pessoa. Como és capaz de dizer que me amas, tendo outra do teu lado? Como foste capaz de me iludir, de me fazer apaixonar por ti, de dizer que eras só meu quando na verdade eu não era a única?

Os anos passam mas não dá para esquecer. Não dá para esquecer todas as vezes que me bateste à porta de casa a pedir que voltasse para ti, jurando que era a mim que querias, que era de mim que gostavas, que desta vez seria diferente.
Mentiras e mais mentiras.

Não te cansas disso?

Torna-se ridículo receber mensagens tuas, dizendo que davas qualquer coisa por mais uns minutos comigo, que tens a vida de pernas para o ar, que não és feliz sem mim, e no momento a seguir partilhas fotos com o mundo, tuas e das tuas amigas, mostrando o quanto isso é, nada mais nada menos, que mais uma das tuas mentiras compulsivas.

Talvez o teu choradinho resulte com as outras parvas das tuas amigas que ainda não te conhecem, já aconteceu comigo. Aconteceu, não acontece mais.

Conheci-te da pior maneira que se pode conhecer uma pessoa. Hoje questiono-me se alguma vez foste sincero em algo que me disseste. Começo a concluir que foi tudo um grande circo desde o início, onde perante as tuas curtes, amores platónicos, as tuas miss's ou como lhes quiseres chamar, eu era o motivo de riso.
Tanta coisa fez sentido depois de descobrir as tuas mentiras.

Passamos a vida a falar dos outros, a lamentar pelas traições que sabemos que existem, e basta olhar para o lado para perceber que estamos incluídos na lista. Enfim. 
Não sou eu que sou ridícula "amigo", és tu.
É lamentável haver pessoas como tu.

Perdi a conta das noites que passei a chorar por ti, dos quilos que emagreci por achar que o problema era eu não ser tão magra quanto elas. Ou talvez por ser demasiado velha.
Pelos vistos as miúdas fazem bastante o teu género. 

Não te odeio, mas não te perdoo. Nunca te irei perdoar por teres feito de mim parva, por teres olhado nos meus olhos e me teres mentido com a maior cara de santo do mundo! E acima de tudo, nunca te irei perdoar por teres feito com que eu deixasse de gostar de mim mesma, por me comparar com as outras, por olhar no espelho e achar que tudo em mim era um problema.

Todas as tuas coisas estão guardadas numa caixa. Talvez um dia destes as recebas em tua casa. Ou talvez não. Para ser sincera, não mereces que me dê a esse trabalho.
O motivo de ainda as manter é para sempre me lembrar de ti. Acredita que não te quero esquecer. Pelo contrário, tenho de te agradecer.

Obrigada, de coração, por teres sido o melhor exemplo de como as pessoas podem ser cínicas, egocêntricas, fingidas.
Não sei se tens o privilégio de ser a minha maior desilusão, mas se não fores, estás perto.
Agora sai do meu facebook, esquece que eu alguma vez existi, some do meu caminho. De mim só terás o meu eterno silêncio. E até isso é demais para ti.

Hoje estou feliz. Sou feliz sem ti. Aliás, acho que é isso que mais te deve incomodar, saber que não preciso nem de ti nem de ninguém para continuar a brilhar. Como costumam dizer, com amigos assim, ninguém precisa de inimigos.

Faz uma boa viagem, seja para Coimbra, Guimarães, onde tu quiseres.
Mas vai, em silêncio, para evitar mais lamentações.
Vai e não voltes.


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