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A mostrar mensagens de agosto, 2016

Saudade é o que fica de quem vai.

Se me quisesses como eu te quero, não haveria nada mais que quisesses para além do que dizes querer. Confuso?  Parei de procurar noutra pessoa tudo aquilo que encontrei em ti. Porque não te quero substituir, não quero que outros braços que não os teus me envolvam nas noites frias, não quero sentir outro cheiro, outro beijo que não seja o teu. Sei que nunca mais te terei comigo, mas não quero outra pessoa que não tu. Odeio-te por todas as mensagens que escrevi e não enviei a dizer que sinto a tua falta, por todas as vezes que falam de ti e tenho de fingir que me és completamente indiferente. Odeio-te por não entenderes que quanto mais me afasto de ti é por não aguentar estar perto sabendo que nunca será o suficiente. Odeio-te por saber que estás com a tua vida resolvida enquanto eu continuo aqui, a sobreviver com o enorme espaço vazio que tu deixaste. Odeio-te principalmente por não te conseguir odiar. Guardo para mim tudo aquilo que sinto por ti, bem como tudo aquilo que vivi

A vida segue, com ou sem ti.

Noites mal dormidas, horas de lamentações. A dor do término de algo que mal começou. Haverá humilhação pior? Não vou mais ser benevolente contigo, não mereces isso de mim. Diz-me, foi divertido? Perderes o teu precioso tempo a citar-me frases que provavelmente fazem parte do teu caderno de engate, a convencer-me de que tinhas algo de diferente? Tão tonta, mais uma vez acreditei nisso. Imagino que te devas estar a rir imenso à minha custa. Só ainda não consegui entender qual foi o motivo das tuas atitudes deveras infantis. Será por te teres assustado com a ideia de teres encontrado alguém disposto a apostar tudo em ti? Terá sido a minha espectacularidade que te afastou? Caíste na realidade de que se calhar não estavas preparado para uma mulher como eu? Ou chegaste àquela fase em que me desprezas na esperança que eu corra atrás de ti? Querido, eu não corro nem no ginásio, imagina atrás de garotos. Desengana-te se achas que vou ficar a chorar por ti. É preciso muito mais que

Quanto tempo esperarias pelo amor da tua vida?

Quantas não são as vezes que vemos textos, frases, imagens a fazer esta mesma questão? Quantas não foram as juras de amor eterno que fizemos ou ouvimos ao longo dos anos? Onde foi tudo isso parar? Para onde foram os sentimentos que diziam ser inabaláveis, onde ficaram as juras de amor, os sonhos, todos os planos. Onde estão essas pessoas agora? Levamos tanto tempo a criar bases sólidas e verdadeiras, que quando achamos que estamos no caminho certo, basta um pequeno abanão para tudo desmoronar. Esperamos tanto tempo pela pessoa que torne tudo diferente só com a sua presença, que chegue logo marcando a sua posição, que nos faça pensar "pronto, lá vai a minha vida ser virada do avesso", que quando achamos que finalmente a conhecemos, é isso mesmo que acontece. Criamos expectativas mesmo quando dizemos que não o vamos fazer. Por maior que seja o receio, há sempre uma réstia de esperança de que nem toda a gente seja igual, principalmente quando nos demonstram ir ao encontro da

De uma mãe para um filho

Querido filho, Após várias reflexões, hoje decidi escrever-te esta carta.  Não te assustes, sei que estás mais habituado a receber mensagens, snaps ou lá como se chama isso, mas as cartas não ferem ninguém, confia em mim. Faz tempo que ando para ter esta conversa contigo mas é tão difícil o diálogo entre nós. Estás sempre ocupado, e quando falo para ti sei que não me ouves, com tantas mensagens dos teus amigos, porque haverias de perder tempo com as conversas da tua velha mãe? Admiro imenso a forma como desde pequeno sempre quiseste ser tão independente mesmo dependendo de mim para tudo. Quando entraste na adolescência achavas-te tão senhor do teu nariz, querias ser adulto cedo, e agora aqui estamos, dois adultos a ter uma conversa à moda antiga. Nem parece que vivemos na mesma casa. Tenho imenso orgulho em ti, na pessoa que és, mas entristece-me, entristece-me tremendamente a capacidade com que desperdiças o melhor da vida com futilidades. Não entendo como tu

Conexões de corpo são fáceis, de alma não.

Cheguei a uma fase da minha vida em que já não sei se sou eu que me tornei insuportável, ou se foram as pessoas que se tornaram desinteressantes. Conexões de corpo são fáceis, de alma não. É bastante difícil encontrar alguém que partilhe os mesmos ideais que nós, alguém que nos entenda sem precisar dizer nada, alguém que saiba como gostamos do café, que conheça todos os nossos defeitos, e mesmo assim nos continue a achar as melhores pessoas do mundo. Alguém que realmente nos ame. Aqueles encontros momentâneos no bar às sextas à noite, quando a música é boa, as pessoas estão todas bem arranjadas, e as conversas surgem de sorrisos e piadas, são o princípio para uma noite bem passada, mas quantas não são as vezes que não passa disso mesmo? É fácil gostar de alguém que vimos de vez em quando, sempre em ambiente de festa e descontração. E depois? Para onde vai todo esse encanto quando a maquilhagem é removida, quando o vestido é trocado por uma t-shirt onde cabem duas pessoas, quando