Deixa prevalecer o amor.
Atingi o meu ponto de loucura máxima no dia em que passei a te desejar tanto quanto alguém pode ser desejado. Entro no café e lá estás tu, sentado na mesa do canto, sozinho, a tomar o pequeno almoço, enquanto te atualizas das novidades do mundo virtual. Estás tão focado no telemóvel que me interrogo se darás pela minha presença como eu dou pela tua. Como posso tentar ignorar-te se a tua essência envolve cada milímetro do meu corpo mesmo à distância? Observo atentamente cada detalhe teu, o teu rosto esbelto logo pela manhã, a tua barba perfeitamente aparada, o teu cabelo grisalho bagunçado como se tivesses acabado de sair da cama. Caramba, não dá para seres menos atraente? São imensos os diálogos entre nós que na verdade não passam de monólogos na minha cabeça, imagino uma vida a teu lado, e sei que sou louca por o fazer quando tenho a consciência de que isso não é realizável. Ou será? Não tenho meio século de experiências, não sou socialmente vista nem como adu