O corpo vai, a saudade fica.
No dia em que me deitei naquele sofá, com a cabeça no peito dele, assistindo Brooklyn Nine-Nine - eu nem gostava da série, mas esperava a semana toda para ver os próximos episódios, porque sabia que o faria com ele - pensei, naturalmente, "caramba, é isto que eu quero para mim, é ele". O amor era tão intenso que chegava a doer, a dar medo. Medo de perder, medo de ficar por ali. E ficou. Naquele dia, eu soube que tinha conhecido o ponto máximo de amar alguém. E hoje, hoje sei que não me enganei. Continua a ser ele. Se não deu certo, talvez seja melhor que assim fique. Arrumamos as malas, esvaziamos as gavetas, e entregamos a chave. Guardamos os sentimentos dentro de uma caixa e fingimos que não existem mais. Fingimos que superamos, que não existe mais amor, nem esperança que nos voltemos a cruzar. Fingimos que estamos felizes, e seguimos caminhos separados, sem nunca olhar para trás. Carregamos a lembrança do perfume, do toque dos lábios, e do amor que deixamos escapar