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chuva.

Abro a janela. Fecho a janela.  Abro novamente.  Observo as nossas fotografias.  Quando foi que te tornaste tão errôneo?  De mãos dadas passeamos pela rua. Sorrisos genuínos e olhares apaixonados, dizem eles .  Tu dizes que me amas, e eu sorrio. Fazemos planos, partilhamos viagens e sonhos.  Companheiros nas festas de família, e na vida.  Digo aos quatros ventos que encontrei o amor no meu melhor amigo. O teu cuidado, carinho e preocupação são a minha maior segurança.  Não importa a distância que a rotina nos imponha, eu sei que serás fiel. Enalteço-te na esperança que os outros te vejam como eu.  Que saibam o quanto és especial. O quanto me fazes sentir especial.  Que sortuda que eu sou.  Olho pela janela.  A chuva cai debilmente, molhando as nossas fotografias.  Vejo o teu rosto esbelto, sorrindo do meu lado, e questiono-me, para onde foi todo aquele amor? Dizes da forma mais cobarde que não me amas.  Que nunca amaste. Pediria que me olhasses nos olhos, e me dissesses isso.  Mas tu n

Uma última dança.

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  Dizem. Dizem que a vida é uma dança em que alguns ficam até não aguentar mais,  e outros esquecem da coreografia.  Dizem que é, também, uma música em que um deseja que não termine, e o outro sai a meio. Concedes-me a dança desta última música? Procuro por ti na multidão, mas os meus olhos não te alcançam mais. Larguei os sapatos e entreguei-me a ti, a esta noite. Dançamos sobre o céu estrelado, enquanto sentimos a brisa do nosso próprio rodopiar. Um pequeno jardim que se tornou o nosso infinito.  Assim o desejei. As luzes brilham ao nosso redor. E, do nosso modo desajeitado, encontramos o ritmo perfeito. O nosso ritmo.  Desejo a cada instante que, aquela que poderia ser a nossa música, nunca termine. Que seja uma música eterna, e que eu nunca mais tenha de calçar os sapatos. Ouve-se o silêncio ensurdecedor.  As luzes continuam a brilhar, mas a música parou. Olho ao meu redor, e estou agora sozinha.  Procuro por ti, e encontro somente o teu lenço no chão. Sei ser teu, porque tem o teu

O corpo vai, a saudade fica.

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No dia em que me deitei naquele sofá, com a cabeça no peito dele, assistindo Brooklyn Nine-Nine  - eu nem gostava da série, mas esperava a semana toda para ver os próximos episódios,  porque sabia que o faria com ele -  pensei, naturalmente, "caramba, é isto que eu quero para mim, é ele". O amor era tão intenso que chegava a doer, a dar medo.  Medo de perder, medo de ficar por ali. E ficou. Naquele dia, eu soube que tinha conhecido o ponto máximo de amar alguém.  E hoje, hoje sei que não me enganei.  Continua a ser ele. Se não deu certo, talvez seja melhor que assim fique.  Arrumamos as malas, esvaziamos as gavetas, e entregamos a chave. Guardamos os sentimentos dentro de uma caixa e fingimos que não existem mais. Fingimos que superamos, que não existe mais amor, nem esperança que nos voltemos a cruzar. Fingimos que estamos felizes, e seguimos caminhos separados, sem nunca olhar para trás.  Carregamos a lembrança do perfume, do toque dos lábios, e do amor que deixamos escapar