Não ter motivos para ficar é, na verdade, o primeiro motivo para ir embora.
Numa mente um tanto confusa e caótica quanto a minha, onde nem todos os dias são dias, uma mente que busca arduamente por respostas e a cada uma obtém o dobro das perguntas, eis que chegas tu, tu que és tão tu, tão dono de ti mesmo. Chegas com esse sorriso, esse maldito sorriso, e eu sei que serás um problema. Permito-me envolver nas tuas dóceis palavras, permito-me deixar que os meus sentimentos tomem conta de mim, convenço-me de que sou especial, quando tu insistes em me mostrar o contrário. Transformas a minha vida numa montanha russa, chegas pronto a dilacerar-me dócilmente, como a suavidade de um furacão, sem te preocupares, em momento algum, com os danos que irás causar pelo caminho. Questiono-me, por momentos, como me permiti abdicar dos meus princípios para me sujeitar a ser uma submissa tua? Talvez a minha sanidade mental tenha atingido o prazo de validade. Talvez já não seja totalmente racional, ou talvez me tenha deixado encantar por ti, tal como os homens se permitia