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A mostrar mensagens de 2020

Dois mil e vinte .

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  Retrospetiva de d ois mil e vinte; A ansiedade de encerrar um ano tão atípico,  e iniciar um novo, cheio de sonhos, objetivos, e esperança. Mas a virada do ano não muda nada.  Dizem eles. Escrevi, apaguei, e escrevi de novo este post.  Não vou descrever este ano, e vou tentar não me vou alongar nas palavras.  Faz algum tempo que decidi afastar-me o máximo possível de tudo o que fosse redes sociais, e das pessoas em geral. Cada dia que passa, sei que é a decisão mais acertada. Vivemos tempos difíceis, e nem me refiro ao vírus.  O ódio, a indiferença, a falta de respeito, empatia e responsabilidade afetiva está tão presente na nossa sociedade que chega a ser assustador. Já referi, outrora, que o facto de todos os meus textos falarem de amor, é por um único motivo: quando as pessoas entenderem que o amor é a resposta para tudo, estaremos no caminho certo .   Todos os anos faço uma retrospetiva do ano em geral. E é engraçado, triste mas engraçado, que sempre termino o ano com menos pesso

Não te percas por ninguém.

Porque continuamos a insistir em  mergulhar  tão profundamente nas relações  tão rasas da vida? Nem todas as pessoas são intensas. Nem todos estão dispostos a colocar empenho e dedicação nas suas relações.  Nem todos querem relações.  Erro meu achar que não eras um todo. As pessoas. Ah, as pessoas.  Como é incrível a forma como se escondem por detrás da imagem que elas criam  sobre si mesmas de serem difíceis, quando na verdade só têm medo de amar alguém.  Eu devia saber, no dia em que apareceste, que serias um problema na minha vida.  Devia ter percebido que a tua chegada impetuosa traria danos irreversíveis consigo.  Mas aqui estou eu, a segurar o choro na garganta, com pouco ou nada para dizer, enquanto te observo colocar as camisas na mala.  Que terei eu feito de errado? Onde foi que te falhei? Terá sido o excesso de espaço?  Terei dado demasiado carinho? Talvez não gostasses de tanta atenção. Deveria ter-te procurado todas as vezes que sumiste sem nenhuma justificação? Ou terão si

Tomas um café?

No início, tínhamos tudo para dar certo.  Tínhamos tudo, até passarmos a ter quase tudo. E no final, o quase outrora tudo, foi suprimido  pelo erróneo que passou a nos definir.  Tínhamos tudo para dar certo.  Até se tornar errado. Tomas um café? A chuva cai de forma intensa e fragosa, enquanto permaneço no alpendre de nossa casa, ansiando pela tua chegada. Interrogo-me, por momentos, se voltarás para mim, por nós. O silêncio da tua ausência é ensurdecedor. A nossa sala está despida de ti. Não existem fotografias, não existem lembranças de viagens a dois. Quando voltares, talvez possamos ver mais um filme juntos, fazer um cafuné pela noite dentro, ou acampar uma última vez no nosso jardim. Talvez possamos fazer uma viagem juntos, marcar um jantar com a família, ou um torneio de matraquilhos com os amigos. Talvez possamos criar novas memórias, uma vida a dois, sabes? A noite foi longa. Sente-se o cheiro a terra molhada, os pássaros cantam alegremente, e

Perdoa-te.

Pedimos desculpa aos outros: quando erramos, quando achamos que erramos, quando eles dizem que erramos. Mas esquecemos do mais importante: pedir desculpa a nós mesmos. Já te perdoaste hoje? A introdução tinha tudo para iniciar um belo texto, mas não vai acontecer. Lamento. Um dos maiores erros que cometemos é romantizar tudo aquilo que nos magoa. Incutem-nos a ideia de que devemos aprender a aceitar os outros da maneira que são, que temos de ser flexíveis, compreensíveis, e sempre pedir desculpa. Ensinam-nos que às vezes é melhor abdicar do nosso orgulho do que magoar as pessoas. Não discordo, em parte. Devemos evitar magoar alguém, sempre. Mas, e nós? Nem sempre se trata de orgulho, às vezes, é apenas uma questão de escolher manter o respeito por nós mesmos. E isso não é errado. É incrivelmente assustadora a maneira como nos fazem sentir tão insignificantes, como nos conseguem manipular tantas vezes, fazendo-nos sentir culpados por não aceitar tudo o que no

Quem nos procura, sabe o que faz.

As pessoas amam-nos  quando somos tranquilos,  quando a conversa é boa,  não existe discórdia ou drama.  As pessoas amam-nos  quando aceitamos sem questionar,  quando as aceitamos como elas são,  e somos como elas esperam que sejamos. As pessoas amam  o fácil,  o simples,  a ideia de perfeição. As pessoas amam-nos  quando somos  a realização  da sua ilusão. Am am a ideia de amar.  Não nos amam, na verdade.  As pessoas. Deixemo-nos de falácias.  Quem nos procura, sabe o que faz. E se não sabe, devia. Quem procura, uma nova relação, um novo amor, deve saber que é fundamental ter a sua vida organizada, que é insensato interferir no caminho de alguém sem ter bases sólidas para dar o melhor de si, e que não deve esperar mais do que pode oferecer. Quem nos procura, deve trazer consigo sinceridade e transparência, respeito e seriedade. Quem nos procura, deve deixar para trás a sua bagagem, e fechada com uma chave que perdera pelo caminho. Rom

Sim, aceito.

Faz-se silêncio. "Aceitas?" "Aceito." Abro os meus olhos fatigados em pleno verão. O meu corpo repousa sobre a relva molhada enquanto busco por ti nas feições das nuvens. A minha mente é atraiçoada pelas minhas melhores memórias de ti, de nós. Num momento menos lúcido, ouço a tua voz chamar por mim, e caminho ao teu encontro. Mas tu não estás. O quarto está vazio, as paredes despidas e a minha alma ferida. Envolta pela bruma da tua partida, abro todas as janelas e fico petrificada na nossa varanda. A dor da tua ausência é devastadora, mas desta vez não me permito ceder ao choro ininterruptível que me acompanhou nos últimos meses. Fecho os olhos. A brisa contorna o meu rosto, e eu permito-me envolver pelo silêncio da tua ausência, relembrando do nosso último jantar. Ainda sinto o nervosismo, a ansiedade. Usaste a tua melhor camisa, o teu melhor perfume. Bebemos um copo de vinho, e eu só pensava na minha resposta: sim, um claro sim. Mas