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A mostrar mensagens de setembro, 2016

Hoje plantei uma árvore.

Hoje plantei uma árvore. Não sei o que ela dará, não sei sequer se irá crescer, mas arrisquei. A laranjeira já estava a precisar de ser cortada. As laranjas começaram a apodrecer rapidamente, até que deixaram de nascer. Não era uma árvore com muitos anos mas durou pouco tempo. Confesso que tive pena de a cortar, de olhar pela janela e ver um grande espaço vazio que outrora esteve coberto de belas folhas e fruta. Mas fazer o quê? Tratei-a com todo o amor e carinho que me foi permitido, mas por algum motivo, ela deixou de ser receptiva. Intriguei-me sobre o que iria plantar no lugar que era seu, ou se iria querer plantar alguma coisa. Não sinto que seja uma substituição, mas sim uma oportunidade para que outra árvore possa crescer e ser tão ou mais bonita do que a laranjeira. Não sei como ela será, nem se dará frutos ou servirá apenas de base para a construção de ninhos. Só espero que ela goste do solo, e que seja tão ou mais bela que a outra.

(In)sanidade

Não sei se te amo mais do que te odeio. Como lidar com dois sentimentos extremamente opostos, que quando se fundem, queimam todas as partículas do meu corpo? Fico com raiva de ti quando não me ligas, quando me ignoras, finges que eu não existo. Passo horas a imaginar tudo o que de mais interessante estarás a fazer para não quereres saber de mim. Mas quando a luz do telemóvel acende e o teu nome aparece, ah, que raiva, lembras-te de mim agora, só agora? Porquê? Por não teres nada de mais interessante? Por precisares de companhia? Por não teres mais ninguém? Pára, não digas que me amas. Não importa se passaste o dia todo a dormir, a pensar em mim, se foste sair com os teus amigos ou amigas. Na minha mente foram recriados todos os piores cenários do que poderias estar a fazer, de tudo o que é mais importante do que eu. As mulheres são seres irracionais no que toca ao amor, nunca ouviste dizer? Sinto-me uma louca por tua causa, sim, tua causa. Se um dia tiver de ser internada - e e

Uma questão de não fazer mais questão.

Hoje foi dia de mudanças. As janelas foram todas abertas, pintaram-se as paredes, mudaram-se os móveis de sítio. Já estava mais que na altura de me livrar de ti. Não suportava mais olhar para as nossas fotografias, sentir o teu cheiro na nossa cama. N ão , minha cama .  Não conseguia viver mais estando tu tão presente mesmo que ausente. E ainda bem. Não me leves a mal mas feliz do dia em que foste embora. Nunca tinha percebido o mal que tu me fazias, o quando envenenavas os meus dias, até ter sido confrontada com o silêncio da tua ausência. Pela primeira vez em muitos anos soube o que era tranquilidade, soube o que as pessoas procuram quando vão para um  spá  ou embarcam num retiro espiritual. Não precisei sair de casa nem do país para saber o que isso era, bastou tu ires embora. Confesso que me agrada imenso ter mais espaço para as minhas coisas, poder ir ao cinema, ao teatro, fazer aquilo que gosto em que tu, não só não me acompanhaste, como fizeste questão de

De repente, nos vinte.

Abrangida por uma nostalgia e uma questão existencial do ponto da vida onde me encontro: de repente nos vinte. Esperem, vinte? Como assim? Passamos anos a imaginar como seriam as nossas vidas quando alcançássemos o ponto adulto. E agora que supostamente lá chegamos, surge a derradeira questão: seremos realmente adultos? definição de adulto: indivíduo que passou a fase da adolescência e completou o seu crescimento.  Não, definitivamente não somos. Estar na casa dos vinte é estar na fase da transição, em que não somos considerados uns totais adultos, excepto para pagar bilhetes de entrada em cinemas ou parques temáticos, mas também não somos mais adolescentes. Se fizermos asneiras somos tolerados porque ainda não estamos maduros o suficiente, mas ao mesmo tempo somos criticados porque já temos idade para ter juízo.  Como lidar com a responsabilidade e falta dela ao mesmo tempo?  Os amigos, uns vão embora, outros chegam, outros voltam, é tudo uma grande confusão,