Já te disse hoje o quanto gosto de ti?


Acho que nunca tinha entendido o motivo de odiar tanto as segundas feiras ... até hoje.
Começar uma nova semana, a velha rotina e a contagem decrescente de todas as horas e minutos para te ver de novo. Se é que te conseguirei ver no fim de semana.

Confesso que esta monotonia que não te inclui fisicamente me deixa completamente entediada. Seria ótimo que as minhas histórias se concretizassem justamente como as descrevo. Talvez não fosse justo para muitas personagens secundárias. Mas pelo menos nós estaríamos juntos.

Como seria bom, acordar todos os dias, enrolada nos teus braços fortes, com a cabeça em cima do teu peito, sentindo cada batimento do teu coração, cada respirar, enquanto, por entre a cortina rosa da nossa pequena janela virada para o mar, entravam os primeiros raios de sol primaveris, salientando o teu rosto esbelto. Diz-me qual o teu segredo para que, mesmo de rosto deslavado e barba por fazer, conseguires ser tão encantador?

Acordaria todos os dias de madrugada para que, quando chegasse a hora de acordares para ir trabalhar, pudesses tomar o teu relaxante banho matinal e após estares arranjado, tivesses já à tua espera as mais deliciosas torradas e o sumo natural acabado de fazer, como tanto gostas.

Desde que te conheci, tornei-me uma viciada em dormir. Eu que sempre tive dificuldade em adormecer mas nunca me importei com isso, agora imploro para que consiga adormecer o mais rápido possível. Claro que a rotina do dia a dia deixa o meu corpo esgotado. Mas o verdadeiro motivo pela qual me tornei fã do descanso, é pelos sonhos. Sonhos em que tu entras, e tornas tudo tão possível e real.

Talvez as nossas almas estejam ligadas desde séculos passados, e talvez por esse mesmo motivo, o destino se tenha encarregado de te colocar no meu caminho para me dar, então, um motivo lógico para que, até hoje, nunca tenha sentido tais sentimentos dentro do meu pequenino peito.

Neste momento os nossos corpos estão separados por quilómetros de alcatrão, árvores, casas, enfim, tudo um pouco que se torna completamente dispensável. Mas ouvir o teu nome, ver o teu rosto naquela velha fotografia que paro para adorar vezes sem conta, faz-me sentir tão perto de ti.

Os meus pais sempre me ensinaram a não ser demasiado benevolente. Entregar-me demasiadamente fácil a algo ou alguém seria o mesmo que estar ao pé de um precipício com os olhos fechados e continuar andando sem orientação, apenas instinto. Sempre tive cuidado em deixar alguém se aproximar de mim facilmente, mas talvez o amor seja isso mesmo, cometer actos de loucura, ir em frente sem nunca olhar para trás, sem nunca desistir nem recear pelo final do caminho que tomamos. Não se sentimos que é o caminho certo.

Hoje o primeiro pensamento do meu dia foi "O que seria de mim se o tivesse do meu lado?".
Não foi preciso muito tempo de reflexão para perceber que contigo, seria uma vida demasiado perfeita para um ser humano simples e vulgar como eu poder possuir. Mas quem sabe a minha sorte não muda, e esse meu sonho aparentemente surreal e inalcançável, não vira a rotina jamais monótona e chata da qual seria beneficiadora? Quem sabe se, no momento em que eu ousar dar um passo em direcção do precipício escuro e frio, no qual se eu cair, certamente será o meu fim, tu não apareces e me seguras pelo braço? Quem sabe se tu não és o meu anjo, ou pelo menos aquele que me protegerá de todo o mal?

Será que sentes o mesmo ? 

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