Amor com amor se paga.

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O tempo passa mas ainda me lembro da primeira vez que me mentiste. Mal sabia o teu nome, e antes do primeiro encontro, já me enganavas com a tua conversa.

Diz-me, foi divertido para ti? 

Éramos jovens na altura, jovens inocentes, à procura do verdadeiro amor. Achava eu. Convenceste-me disso.
Sorte a tua, azar o meu.

Hoje quando me lembro, sinto-me uma autêntica idiota. Como me fui deixar enganar por ti dessa maneira?

Achei que era uma parva por ter confiado em ti, mas depois ouço as histórias das miúdas, como tu lhes chamas, e percebo que todas cometeram o mesmo erro. O pior é que outras estão super empenhadas em ir pelo mesmo caminho.
Coitadas, sabem nada.

A questão é que tu nem és nada de especial. Não és uma espécie de galã de Hollywood, não tens um incomparável charme nem nada fora do comum, és um rapaz igual a tantos outros. O que te diferencia da maioria é a tua conversa, é a forma como passas por rapaz-mais-que-perfeito-demasiado-bom-para-ser-verdade.
Já vi de tudo, mas mentirosos como tu, juro, foi a primeira vez.

Talvez as minhas palavras não sejam as mais carinhosas. Mas estou tão preocupada com os teus sentimentos como tu estiveste com os meus. Preocupo-me tanto com o facto de ficares ofendido, quanto tu te preocupaste quando me trataste como um nada.
Não eras tu apologista da retribuição de sentimentos?

Sempre me disseste que esperavas que fosse para ti aquilo que eras para mim.
Desculpa por na altura toda a falta de amor que tiveste para comigo não ter sido mútua. Mas faço-o agora.

Amor com amor se paga. E a falta dele também.

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