Um milhão de motivos.

Deixei de contar o tempo que passou desde a última vez que te vi. Confesso que perdi todo o entusiasmo em planear a minha semana para estar contigo, porque sabia que tu não irias poder. Nunca podias. O teu tempo era demasiado ocupado para me incluir nele. E eu entendi isso.

Um, sozinho, não ama por dois, devias saber.

Aceitei todas as tuas desculpas, fingi que não me incomodava todas as vezes que me deixavas a falar sozinha, enganei a mim mesma porque queria acreditar que desta vez seria diferente. Porque soube desde o primeiro dia qual era o meu lugar, mas acho que, assim como qualquer pessoa com o mínimo de esperança, não queria aceitar o facto de não estar na tua lista de prioridades, nem lá perto sequer.
Às vezes questiono-me se alguma vez tiveste um pequeno interesse em me incluir na tua vida.

Quando dei por mim, inconscientemente, deixei de visitar os teus perfis nas redes sociais, deixei de procurar saber de ti, saber como andava a tua vida, se estavas com alguém ou não. Não perdi mais horas a olhar para o telemóvel na esperança que te lembrasses de mim, deixaste de fazer parte dos meus pensamentos diários.

Talvez esteja a mentir um pouco. Mas, bem, alguma coisa tinha de aprender contigo.

Pelo meio de piadas e brincadeiras saíam os meus mais profundos e verdadeiros pensamentos. Mas tu não querias saber, ou fingias não perceber. Num dia dizias que tinhas saudades minhas, no outro nem sinal de vida davas. Dizias que era especial mas tratavas-me como uma qualquer. Essa tua instabilidade era no mínimo degradante para a pouca lucidez que carrego comigo.
Não me peças perdão por fazeres de mim a tua última opção.

Não te esqueci, acho que apenas decidi deixar de sofrer com esse teu vai e vem de quem não sabe o que quer, sabes? Aceitei que talvez realmente não saibas o que queres. Ou pelo menos eu não faço parte das tuas opções.
Tínhamos tudo para dar certo, mas tu preferiste deixar para lá. E eu entendi isso.

É triste, saber que bastava um único motivo para eu ficar. Mas não, isso era demasiado para ti. Preferiste dar-me um milhão de motivos para eu querer ir embora. E, mais uma vez, eu entendi isso.

Hoje ainda estou aqui, mas amanhã, talvez amanhã não esteja mais.
Espero que me entendas.

Comentários

  1. "Talvez esteja a mentir um pouco. Mas, bem, alguma coisa tinha de aprender contigo."

    Delicioso haha ! :)
    Um texto bem pesado mas com um toque de sátira que só tu o poderias trazer de maneira tão genial.

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