Quanto tempo esperarias pelo amor da tua vida?

Quantas não são as vezes que vemos textos, frases, imagens a fazer esta mesma questão? Quantas não foram as juras de amor eterno que fizemos ou ouvimos ao longo dos anos? Onde foi tudo isso parar? Para onde foram os sentimentos que diziam ser inabaláveis, onde ficaram as juras de amor, os sonhos, todos os planos. Onde estão essas pessoas agora?

Levamos tanto tempo a criar bases sólidas e verdadeiras, que quando achamos que estamos no caminho certo, basta um pequeno abanão para tudo desmoronar.

Esperamos tanto tempo pela pessoa que torne tudo diferente só com a sua presença, que chegue logo marcando a sua posição, que nos faça pensar "pronto, lá vai a minha vida ser virada do avesso", que quando achamos que finalmente a conhecemos, é isso mesmo que acontece. Criamos expectativas mesmo quando dizemos que não o vamos fazer. Por maior que seja o receio, há sempre uma réstia de esperança de que nem toda a gente seja igual, principalmente quando nos demonstram ir ao encontro daquilo que tanto procuramos em alguém.

As pessoas não são todas iguais, cada uma faz asneira do seu jeito. Lamento.

Ninguém quer alguém que já tenha sido de toda a gente. Mesmo aqueles que se vão contentando com paixões de uma noite, que tenham uma lista de amigas coloridas maior do que a lista de compras do supermercado, por muito que digam que não, todos procuram alguém com quem se identifiquem, alguém que lhes dê um propósito de vida, alguém que faça todos os outros perder a piada.
Nem sempre o amor que queremos é aquele que merecemos.

Um amor que não seja mútuo não é um amor saudável.

Não acho que seja ridículo decidir-se ficar sozinho, preferir não ter ninguém do que ter alguém enquanto se gosta de outra pessoa - substituir pessoas nunca foi boa ideia. Mas ficar à espera de alguém que não está connosco só porque não se consegue decidir do que quer, ou que provavelmente tem já a sua vida feita, com outra pessoa que não nós, por sua própria escolha, tomar decisões na esperança de que um dia se lembre de nós e talvez perceba que afinal nos quer, não será isso um pouco ridículo? Condicionar toda a nossa vida por alguém que simplesmente não está nem aí para nós?

O nível de amor próprio está tão elevado e tão rebaixado ao mesmo tempo que dá pena.

Estes clichés de que amor próprio é o mais importante são todos muito bonitos, mas a verdade é que é extremamente necessário que nos agarremos a ele, desde que não seja em exagero, para que consigamos encontrar em nós mesmos o nosso porto seguro ao ponto de não nos sentirmos completamente sozinhos, quando de facto o estamos.

O amor da nossa vida é aquele que surge do nada e que se torna tudo.

Poderemos morrer sem conhecer a pessoa que dê sentido a tudo isto, assim como podemos viver sabendo que a dada altura cruzamos os nossos caminhos, mas seguimos direções diferentes, porque nem sempre quem se gosta fica junto. Ou talvez estejamos tão focados em encontrar respostas para tudo isto que optamos por abdicar de tudo por uma réstia de esperança baseada naquilo que apenas nós sentimos, enquanto a vida passa, e nos limitamos a esperar.

E tu, esperarias pelo amor da tua vida?

Comentários

  1. A pergunta não deveria ser "esperarias o amor da tua vida" mas sim quanto tempo aguentas mais procurando esse amor guardando a esperança e a abertura para novas sensações e pessoas na tua vida até que aches não precisar nem querer alterar as pessoas que te envolvem!? .
    Bom texto, espero que te safes.

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