Dois mil e vinte .


 Retrospetiva de dois mil e vinte;

A ansiedade de encerrar um ano tão atípico, 
e iniciar um novo, cheio de sonhos, objetivos,
e esperança.
Mas a virada do ano não muda nada. 

Dizem eles.


Escrevi, apaguei, e escrevi de novo este post. 
Não vou descrever este ano, e vou tentar não me vou alongar nas palavras. 

Faz algum tempo que decidi afastar-me o máximo possível de tudo o que fosse redes sociais, e das pessoas em geral. Cada dia que passa, sei que é a decisão mais acertada.
Vivemos tempos difíceis, e nem me refiro ao vírus. 
O ódio, a indiferença, a falta de respeito, empatia e responsabilidade afetiva está tão presente na nossa sociedade que chega a ser assustador.

Já referi, outrora, que o facto de todos os meus textos falarem de amor, é por um único motivo: quando as pessoas entenderem que o amor é a resposta para tudo, estaremos no caminho certo. 

Todos os anos faço uma retrospetiva do ano em geral. E é engraçado, triste mas engraçado, que sempre termino o ano com menos pessoas na minha vida do que começo. Mas, honestamente, já não me surpreende, nem abala. Não este ano. 

É preciso uma estrutura emocional muito forte para enfrentar um cenário tão ténue, ser bem resolvido para que a empatia e responsabilidade afetiva pelo outro consiga ser superior, até nos momentos mais questionáveis. E isso não se alcança com cursos da internet. Na verdade, é inútil quem se inscreve em formações de mindfulness o tempo inteiro, e não é capaz de olhar no espelho e admirar aquilo que vê.
Da mesma forma que cuidar do corpo, não passa somente por uma alimentação equilibrada e horas de ginásio. É preciso mais que isso. Nós somos mais que isso, ou devíamos ser.

Seria loucura achar que podemos programar uma vida inteira, que não sabemos se teremos, ou não, oportunidade de viver. Seria, ainda mais loucura, achar que controlamos o nosso destino. Mas todas as escolhas que fazemos, levam-nos ao seu encontro. E todas as nossas escolhas, inevitavelmente, geram consigo consequências que devemos ser responsáveis o suficiente para aceitar, e aprender a lidar. 

Então, quando pararem para fazer uma retrospetiva do último ano, vão mais além.

O fim de alguns laços afetivos é um livramento na nossa vida, porque não, nem todos nos ensinam algo, nem todos nos acrescentam ou são importantes para aprendermos seja o que for. Se assim fosse, muitos de nós estavam doutorados nos desencontros da vida. 

Talvez este seja o ano mais que perfeito para encerrar ciclos. 
É possível amar as pessoas, mas não as manter nas nossas vidas. Porque nem todos os amores nos fazem bem, nem todos os amigos são realmente nossos amigos. As escolhas que fazemos para manter a nossa sanidade mental, não anulam os sentimentos que nutrimos pelos outros. Mas a nossa paz interior nem sempre consegue partilhar o mesmo espaço com a negatividade de quem nos rodeia. E quando isso acontece, cabe a nós decidir o que é mais importante: manter pessoas tóxicas por perto, ou respeitar a nossa luz. 


2020;
obrigada pelo que me ensinaste.
E agora, podes ir embora, 
levando contigo o que aqui não tem mais lugar.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Fui uma mulher desejada, mas nunca amada.

Eles sabem lá.

Não te percas por ninguém.