Pudesse o teu corpo ser poesia


As minhas pupilas dilatam quando
Te aproximas.

As roupas estão espalhadas pela
Sala, a brisa entra pela janela
Mas nada disso importa.

Não hoje.


Pudesse eu perder-me em teus braços,
Contemplar cada traço do teu rosto
Numa noite fria de pleno inverno.

Pudesse eu perder-me em ti,
Bajular cada linha do teu corpo
Debruçado sobre a pequena janela azul.

Permite-me que me 
Envolva no teu beijo ofegante,
Só por esta noite.

Entrelaça os teus dedos nos meus
Enquanto nos acariciamos
Em frente à lareira.


Pudesse eu falar
Dos arrepios a cada toque teu.


Aguardo por ti a cada crepúsculo,
Esperando pelo dia em
Que fiques.

Desejo que o dia se converta em noite,
Para que a noite não seja como a 
Eternidade, efémera.

Pudesse o teu corpo ser poesia
E cada linha seria delineada por mim,
Para mim.

Pouso a cabeça lentamente no teu peito.
A tua pele é tão suave e o
Teu cheiro inconfundível.

Permite que o silêncio da noite
Nos envolva.

Somos dois corpos despidos com
Almas preenchidas
De amor.

O som dos pássaros 
Pela manhã é
Ensurdecedor.

Não, não quero que exista dia,
Apenas noite para que 
Não tenhas de ir.

Mas se não poderes ficar,
Levas-me contigo?


Pudesse o teu corpo ser poesia.

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