(In)sanidade

Não sei se te amo mais do que te odeio. Como lidar com dois sentimentos extremamente opostos, que quando se fundem, queimam todas as partículas do meu corpo?

Fico com raiva de ti quando não me ligas, quando me ignoras, finges que eu não existo. Passo horas a imaginar tudo o que de mais interessante estarás a fazer para não quereres saber de mim. Mas quando a luz do telemóvel acende e o teu nome aparece, ah, que raiva, lembras-te de mim agora, só agora? Porquê? Por não teres nada de mais interessante? Por precisares de companhia? Por não teres mais ninguém?

Pára, não digas que me amas. Não importa se passaste o dia todo a dormir, a pensar em mim, se foste sair com os teus amigos ou amigas. Na minha mente foram recriados todos os piores cenários do que poderias estar a fazer, de tudo o que é mais importante do que eu.

As mulheres são seres irracionais no que toca ao amor, nunca ouviste dizer?

Sinto-me uma louca por tua causa, sim, tua causa. Se um dia tiver de ser internada - e eu acho que já o deviam ter feito - espero que tenhas a decência de pagar as contas porque foste tu o culpado de toda a minha insanidade mental, tu e apenas tu.

Não digas que tens saudades minhas. Foste tu quem foi embora, foste tu quem me deixou esquecida na prateleira. Nunca precisei de me afastar de ti para saber a falta que me farias. E tu, se tiveste de o fazer, é porque não sabias aquilo que tinhas do teu lado. Então pára, pára de dizer que me amas, que eu sou especial e que tens saudades minhas. Pára de mentir, de me tentar iludir.

Não me deixes mais na prateleira. Mal consigo respirar com a quantidade de pó ao meu redor. Manda-me janela fora de uma vez por todas, queima-me, faz o que quiseres. Só não me continues a tratar como uma boneca de porcelana com quem brincas quando te dá jeito.

Não sei se te amo mais do que te odeio. Nem sei se quero saber.

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