Vinte e quatro anos. E agora?



Vinte e quatro anos.
Vinte e quatro anos de mudanças, de amores e desamores, de encontros e desencontros, 
partidas e chegadas.
Vinte e quatro anos de muitas lágrimas mas também de muitos sorrisos.
Cheguei aos vinte e quatro. 
E agora?


Hoje celebro um paradoxo.
Embora seja uma pessoa totalmente diferente daquela que era à cinco ou dez anos atrás, reencontrei a essência da miúda feliz, em paz consigo mesma, que julguei ter perdido para sempre.
Hoje não recebo centenas de mensagens como outrora aconteceu, hoje não tenho as redes sociais invadidas com mensagens de pessoas que nem conheço. Hoje, todas as mensagens de carinho e afecto que recebo são de pessoas que gosto, pessoas que gostam de mim, que, cada uma do seu jeito, fazem parte da minha vida. Acho que isto faz jus àquela expressão de que quantidade não significa qualidade. E eu sou uma sortuda por estar rodeada de tantas pessoas boas!

Tudo o que acontece tem sempre um propósito. 
E por vezes, as mudanças são essenciais.

A vida tem me ensinado que só devemos aceitar dos outros aquilo que nos faz bem, que nos acrescenta, que contribui para que sejamos ainda melhores.
Devemos ser mais exigentes, não permitir que nos tirem a nossa paz interior, que nos influenciem para sermos quem eles querem que sejamos, que devemos ser sempre fiéis a nós mesmos. Não importa o quão difícil seja o processo, no final, valerá a pena. Porque são todas as nossas quedas, as nossas cicatrizes que nos lembram de onde viemos, por onde passamos, e para onde queremos ir.

Aprendi que a opinião dos outros deve ser apenas isso mesmo, opinião. É como um presente que alguém nos oferece, se aceitarmos, é nosso, se rejeitarmos, continua a ser da pessoa que o trazia consigo. Devemos abraçar aquilo que a vida nos proporciona, sem medos, sem receios, sem expectativas. Partilhar com os outros aquilo que temos de melhor, e aceitar o que de melhor têm para partilhar connosco. Deixar de lado os sentimentos negativos, não permitindo nunca que nos destruam a alma. Não mais.

Então acho que é isso. Chegar aos vinte e poucos, aquela fase em que não somos mais adolescentes, mas que também ainda não somos considerados adultos, é nada mais que um processo de aprendizagem, auto-conhecimento. É não ter medo de olhar no espelho, de nos permitir ser o que somos, não ter receio de falhar, de errar. É aceitar que somos o nosso próprio amor, que podemos ter alguém com quem partilhar as nossas conquistas e derrotas, mas sem nunca permitir que nos destruam apenas para manter os outros inteiros.

Hoje é o meu dia.
Não apenas por celebrar o meu aniversário, mas porque hoje, hoje eu amo-me.
Hoje, as poucas pessoas que tenho comigo, são aquelas que me transbordam. 
O amor vive em mim de forma leve, livre, genuíno.

Vinte e quatro anos. E agora?
Agora? 
Estou feliz.



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