Sê fiel a ti mesmo.



Num mundo de sábios, todos têm uma opinião a dar. 
Todos sabem o que é melhor para ti.
Quem deves ser, do que deves gostar, o que deves fazer.
Todos têm uma opinião a dar. 
Cabe a ti decidir se as deves ou não aceitar.

Sê fiel a ti mesmo.


Há quem defenda que a cada dez anos a nossa personalidade sofre alterações. Mudam os nossos gostos, os nossos sonhos, a nossa perspectiva sobre a vida. Após um breve flashback, vejo-me obrigada a discordar desta teoria. Basta um ano, apenas um ano para toda a nossa vida virar de cabeça para baixo. A cada dez anos podemos ser, pelo menos, dez pessoas diferentes.
Feliz ou infelizmente.

Crescemos a tentar aprender a lidar com os valores que nos são incutidos desde o berço. Obrigam-nos a tomar decisões sobre o nosso futuro quando não sabemos quem somos ainda. São inúmeras as perguntas que nos surgem, e todas as vezes que tentamos questionar algo que não devia ser questionável, tentam abafar a nossa voz. Fazem-nos achar que somos irracionais, que devemos seguir o padrão incutido pela sociedade para que sejamos aceites e adorados por toda a gente. 
Qual é o valor da vida se nos limitarmos a existir? 

Como forma de sobreviver à famosa fase da adolescência, criamos uma ideia errada de que, quando possuirmos autonomia suficiente para fazer as nossas próprias escolhas, tudo seja diferente. Vemos os nossos pais como os nossos maiores inimigos porque não nos dão a liberdade que queríamos. E se não forem eles, são os tios, os primos, os vizinhos, os amigos. A pressão da sociedade é tão grande que muitas vezes assumimos uma pessoa que todos querem que sejamos só para que nos deixem sossegados num canto. O problema, o grande problema, é que eles não são os nossos inimigos. 
O nosso maior inimigo somos nós próprios, que nos permitimos ser quem não queremos ser.

Ter casos de uma noite com alguém que conhecemos dois dias antes e nunca mais iremos ver, desvalorizar aquilo em que acreditamos só porque alguém nos disse que dávamos demasiado valor, permanecer num emprego que não gostamos com medo de acharem que fomos embora por não sermos suficientemente bons, fazer algo que desaprovamos apenas para agradar a alguém que está nem aí para nós. Todos fazemos escolhas erradas, e são essas escolhas que nos mudam, que nos moldam. 

Quanto mais achamos que sabemos, quanto mais achamos que tudo dará certo, mais a vida nos mostra que não entendemos nada na verdade, e que estamos longe de isso acontecer. Então continuamos a fazer escolhas, continuamos a incluir e excluir pessoas das nossas vidas. Fingimos demência sobre tudo aquilo que queremos esquecer, e quando damos conta, uma semana passou e já somos uma pessoa diferente. Ou pelo menos tentamos.

É necessário haver muita coragem e determinação para ser quem queremos ser, lutar pelo que tanto ansiamos, defender aquilo em que acreditamos, mas sobretudo, é necessário sermos cautelosos com o que toleramos dos outros. A forma com que reagimos ao que nos dizem, decide a maneira com que nos vão tratar. 

Desengana-te.
Não vais agradar a todos. Talvez muitos te virem as costas, talvez muitos te julguem. Mas essa pessoa é quem tu és. Da mesma forma que te cabe a ti decidir quais as opiniões que deves ou não aceitar, cabe a eles de igual forma decidir se te aceitam tal como és, ou não. 

Entre todas as escolhas que a vida te obrigue a fazer, sê sempre fiel a ti mesmo. 
E nunca te arrependas dessa escolha. 






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