Pudesses tu imaginar a falta que me fazes.


Há textos que quando são escritos, são escritos com a alma. As palavras têm o poder de fazer o outro sentir aquilo que nós mesmos sentimos, porque, por mais diferentes que possam ser as dores, todos nós as vivenciamos um dia, do nosso jeito, com a nossa intensidade, mas elas estão lá, são inevitáveis, tão inevitáveis quanto sentir a tua falta.


Fazes-me falta, porque a dada altura fizeste parte de mim. Não me chames ridícula por me sentir assim, não importa se foi durante muito ou pouco tempo, foi o suficiente para me apaixonar por ti. Desta vez apaixonei-me realmente por ti, sabes? Não foi apenas pelo teu sorriso, pelo teu jeito de me olhar, pelo som da tua voz, pelo teu toque, pelo teu cheiro. Apaixonei-me por aquilo que chamam de defeitos, aprendi a aceitar-te da forma que tu és, ou pelo menos estava a tentar. Até tu teres decidido que não era suficiente, e foste embora, novamente.

Ambos sabemos que entre nós existem mais diferenças do que afinidades, as nossas perspectivas são diferentes, assim como o nosso feitio. Mas os opostos atraem-se, correto?
Caramba, tenho tantas saudades tuas!

Sabes, quando alguém se vai embora, o que realmente magoa não são as memórias. São os sonhos que fracassaram, são as promessas que falharam. Ir embora é horrível, mas sem aviso prévio é imperdoável. Pudesses tu imaginar a falta que tenho do teu abraço, do teu beijo. Onde estás tu agora?

Digo que estás com uma cruz em cima -salvo seja-, que não te volto a perdoar, que não te volto a aceitar de volta. Mas nunca, em momento algum, digo que não te quero. Porque quero, e tanto!
Dizem que o amor é o reflexo das nossas fraquezas. E contigo eu sou fraca. Porque eu sei que basta tu quereres voltar para mim que te irei receber novamente, sem mágoas, sem rancor, apenas amor, com todo o amor que tenho por ti. Poderei eu culpar alguém por este sentimento que me atormenta todos os dias?

É loucura desejar-te. E esta loucura alimenta-se de toda a minha sanidade mental como se fosse uma dependência. Então eu espero, espero por ti, que voltes, que me arranjes a desculpa mais incoerente para a tua ausência, mas que eu vou aceitar, porque o importante é tu estares aqui, comigo.
Tenho a plena consciência de que contigo vivo num ciclo vicioso, porque todas as vezes que chegas eu já conto as horas para ires embora. Tu dizes que não vais, que eu estou louca, mas sempre acabas por ir. E eu sei disso. Mas aguardo por ti como um dia de seca aguarda pelas gotas da chuva.

Desta vez não sei se voltarás, desta vez não sei qual foi o real motivo de teres ido embora. Desta vez, que achei que sabia tudo, concluí que na finalidade não sei de nada. Mas espero, porque esse é o meu maior pesadelo, esperar, esperar por ti, esperar que o destino me ajude a ficar no teu caminho.
Destino, poderei culpa-lo pelo aperto com que vivo no peito?

Pudesses tu imaginar a falta que me fazes.
E fazes tanta.



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