Tudo bem não estar tudo bem.

Assim como o tempo, há dias de sol, em que a vontade de sair por aí a dançar é maior que tudo o resto. E depois existem os dias de chuva.
A culpa é da chuva.

Não sei que horas são, perdi a noção do tempo que passou desde que estou dentro do carro, apenas a ouvir a chuva cair. Está tudo escuro, não há ninguém na rua. O silêncio por vezes consegue ser tão avassalador. 

Ligo o rádio e todas as músicas me fazem lembrar de ti. Desconfio que esteja na hora das "só baladas". Tento esquecer, mas as más memórias ganham este duelo nostálgico entre lembrar do motivo que me fez apaixonar por ti, e deixar de querer estar apaixonada. 

Disseste que seriamos indestrutíveis, que os outros seriam apenas os outros. E agora só existe um infindável abismo entre nós, tudo porque deixaste que aquela morena de metro e oitenta ocupasse o lugar que devia ser meu. 

O voice mail está saturado de mensagens tuas. Não me peças desculpa por teres preferido a ela. O teu arrependimento não apazigua a desilusão que outrora provocaste em mim. 

É triste haver finais antes dos inícios. Lamentar tudo o que planeamos e não foi realizado, desistir de planos ou ser forçado a aceitar que eles desistiram de nós. Não existe maior dissabor que este.

Perguntam-me se está tudo bem. Em outra altura diria que sim, para não ter de justificar o motivo de não estar. Mas não há problema em não estar tudo bem.
E hoje não está.

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